No grande lago da fazenda, todos os animais se conheciam bem. Era um lugar alegre e cheio de vida, onde os patos, as galinhas e até a vaca viviam em perfeita harmonia. No meio dos patos, havia um patinho muito especial: o Patolas. Patolas tinha as penas amareladas e fofas, o que fazia com que todos achassem que ele era o patinho mais adorável da fazenda. No entanto, havia um pequeno problema: Patolas não sabia “quackar” como os outros patos.
Enquanto os outros patinhos diziam orgulhosamente “quack-quack” pela manhã, Patolas só conseguia emitir um som que mais parecia um “pof-pof” engraçado. No começo, todos achavam aquilo engraçado, mas, com o passar do tempo, os outros patos começaram a rir e a brincar com o patinho. Ele ficava triste, pois queria muito se juntar ao coro dos seus amigos patos e quackar alto e forte.
A Descoberta dos Outros Sons
Patolas decidiu que precisava fazer alguma coisa para melhorar o seu “quack”. Ele pensou: “Se eu tentar imitar os outros animais, talvez consiga encontrar o meu quack perfeito!” E assim, ele foi falar com os animais da fazenda para aprender mais sons.
Primeiro, Patolas foi até a vaca Maricota. Ele ouviu atentamente quando ela soltou um “muuuu” profundo e tentou imitá-la. Mas, ao abrir o bico, só conseguiu um “poff-muu” que fez Maricota rir e elogiar seu esforço. Depois, foi até ao galo, que soltava um “cocoricó” todas as manhãs no topo do poleiro. Patolas tentou fazer o mesmo, mas o máximo que conseguiu foi um “pof-có-có”.
Cada vez que tentava um som novo, o “quack” ficava ainda mais estranho. Os outros patos, ao verem os esforços de Patolas, riam-se ainda mais. Mas, apesar das brincadeiras, Patolas nunca desistia. Ele sabia que um dia encontraria o seu verdadeiro som.
A Chegada da Tempestade
Certo dia, enquanto Patolas tentava um novo som perto do lago, o céu começou a ficar escuro. Uma tempestade estava a aproximar-se, e os animais da fazenda começaram a correr para se proteger. Os patos reuniram-se rapidamente e formaram um grupo para se abrigar debaixo de uma árvore. Patolas, que ainda estava a praticar sozinho, não percebeu a tempestade e ficou para trás.
De repente, um trovão estrondoso ecoou pelo lago, e Patolas assustou-se tanto que soltou o som mais alto que já tinha feito! Mas em vez de um “quack” alto, o som que saiu foi o seu típico “pof-pof”, que acabou por ecoar como um “PFOFFFF-PFOFFFF” pelo ar.
Por causa do eco e da força do som, os outros animais pararam e olharam em direção a Patolas. O som que ele fez não era um “quack” tradicional, mas era tão forte e divertido que todos os outros animais começaram a rir, não de zombaria, mas de alegria.
Um Novo Coro no Lago
Os outros patos começaram a perceber que, afinal, o “pof-pof” de Patolas tinha algo de especial. Mesmo não sendo um som típico, era alegre e único. Inspirados por Patolas, os patos decidiram criar uma canção nova e pediram-lhe que liderasse o coro com o seu “pof-pof”. Assim, Patolas assumiu a frente da fila, orgulhoso, enquanto os outros patos formaram um coro divertido, misturando “quacks” com “pofs” em perfeita harmonia.
Os outros animais da fazenda juntaram-se para ver a apresentação especial dos patos, e todos riram e aplaudiram. Patolas percebeu que, mesmo sendo diferente, ele tinha algo valioso para oferecer. Ao aceitar a sua própria voz, Patolas encontrou um jeito de inspirar os seus amigos e alegrar a todos.
A Festa no Lago
Para celebrar o feito de Patolas, os animais da fazenda decidiram organizar uma grande festa no lago. Todos os animais estavam convidados: a vaca Maricota, o galo, as galinhas, ovelhas, porcos, até o cachorro da fazenda! Patolas era o convidado de honra e, pela primeira vez, sentiu-se verdadeiramente feliz por ser ele mesmo.
Ao final da festa, Patolas, de peito cheio e penas brilhando ao luar, deu um último “pof-pof” que ecoou pela noite, seguido por aplausos e risos. Naquele momento, ele sabia que, mesmo sem quackar, ele tinha algo especial a acrescentar.
Moral da História: Patolas ensina-nos que a diferença de cada um pode ser uma fonte de alegria e de união. Aceitar as nossas peculiaridades e não ter medo de sermos nós mesmos é o primeiro passo para encontrar o nosso lugar no mundo e fazer amigos verdadeiros.